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Urbana-PE quer aumento de quase 15% das passagens de ônibus

Pela sugestão, o valor do Anel A passaria de R$ 3,45 para R$ 3,90; já o Anel B, de R$ 4,70 para R$ 5,35; e o Anel G, de R$ 2,25 para R$ 2,55




Da FolhaPE

Foto: Arthur Mota / Folha de Pernambuco


Uma proposta de aumento de 14,13%, dos preços das passagens de ônibus na Região Metropolitana do Recife foi enviada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) ao Grande Recife Consórcio de Transporte. Pela sugestão, o valor do Anel A passaria de R$ 3,45 para R$ 3,90; já o Anel B, de R$ 4,70 para R$ 5,35; e o Anel G, de R$ 2,25 para R$ 2,55.

A proposta, segundo a Urbana-PE, se baseia em uma tabela de custos e de receitas previstas para o ano de 2020. Segundo o sindicato dos donos de empresas, o motivo para o aumento das passagens seria a queda na demanda de passageiros, que teve redução de 5,42% em comparação ao projetado na planilha de recomposição tarifária de 2019. "Essa queda supera o patamar de 30% levando em consideração os últimos seis anos", diz a Urbana em nota.

De acordo com as empresas, outros custos do setor como pessoal, veículos e combustível tiveram um aumento de 4,66%, 12,83% e 19,73% respectivamente, em comparação ao ano de 2018. O reajuste é sugerido com o “intuito de promover o equilíbrio econômico e financeiro do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR)”.


A definição do reajuste será discutida ainda este mês em uma reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), composto por membros do Urbana-PE,  do Grande Recife Consórcio, da Autarquia de Transito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), de secretarias do Governo do Estado, da Prefeitura do Recife e de Olinda e representantes da sociedade civil, entre outros. 


No início de 2019 a proposta da Urbana-PE foi de um aumento de 16,18% nas passagens do anel A, alterando os valores de R$ 3,20 para R$ 3,70. Porém, a implementação dessa taxa não foi aceita, e a alteração acatada foi a apresentada pelo Grande Recife Consórcio, que implicou em um aumento de 7,07% nos valores. O usuário que utilizava a tarifa A, que custava R$ 3,20 passou a pagar R$ 3,45. O anel B, que custava R$ 4,40 mudou para R$ 4,70; e o anel G foi de R$ 2,10 para R$ 2,25.


Segundo o representante da sociedade no CSTM, Pedro Josephi, que também atua na Frente de Luta Pelo Transporte, eles ainda não foram notificados com a apresentação da proposta. Ele afirma que a Urbana-PE está desconsiderando dois elementos importantes. “O primeiro é que nos últimos nos últimos dez anos nunca foi feito um relatório de qualidade do serviço. E pelo manual, leis e normas do Grande Recife, a empresa não atinge um resultado satisfatório de atendimento ao cliente, que é queima de parada, equipamentos em perfeito funcionamento, intervalo de jornada e tempo de espera. São todos indexadores que estão dentro do conjunto do índice de qualidade. E, sendo assim, pelas regras, esses índices de qualidade influenciam no valor da tarifa”, afirma.


“E segundo também não está levando em consideração a retirada dos cobradores, que reduz o custo das empresas de ônibus”, explicou o representante. ”A partir do momento que tivermos conhecimento oficial da proposta, iremos dotar as medidas cabíveis para barrar esse reajuste”, conclui.


Em nota, o Governo do Estado considera a proposta do aumento inaceitável. Confira o texto na íntegra:

“O Governo de Pernambuco vem a público informar que não aceita a proposta de reajuste no valor das passagens de ônibus apresentada, nesta segunda-feira (13), pelos empresários do setor de transportes de passageiros da Região Metropolitana do Recife (RMR)” diz. A proposição, que apresenta aumento médio de 14%, elevaria o Anel A - o mais utilizado pelos usuários do sistema - de R$ 3,45 para R$ 3,90. O que é inaceitável. Atualmente, a RMR tem uma das tarifas mais baratas entre as capitais do país, e o Executivo estadual não abre mão da continuidade desse quadro em 2020.


Para isso, estão em fase de conclusão os estudos necessários que garantam melhorias para o usuário e uma equação que possa viabilizar o sistema, com equilíbrio e sustentabilidade. É importante lembrar que, no ano passado, entrou em vigor a Lei do Ar-Condicionado (Lei n. 16787/2019), que está sendo considerada nessa análise, propondo uma meta de ampliação da frota climatizada na Região, como já ocorreu em 2019. 

Além de não admitir a proposta apresentada pelo setor empresarial, o Governo de Pernambuco assegura o seguimento de conquistas históricas através do esforço da administração estadual, como o Passe Livre para estudantes, o Transporte Complementar Gratuito e a isenção do ICMS sobre o diesel. 


Por fim, salienta que os empresários também precisam fazer a parte deles no funcionamento do sistema, na renovação da frota com ampliação da climatização e na pontualidade. O Governo de Pernambuco enfatiza, mais uma vez, que seu principal papel é lutar pelo usuário, pelo menor valor e pelo máximo de benefícios.


Mesmo com todo o quadro de dificuldades econômica e fiscal, o Governo tem feito um grande esforço para manter subsídios como o do diesel, para evitar que a passagem alcance valores mais altos como acontece em outros estados. Além disso, intensificará as ações de melhoria da estrutura que serve ao transporte, com intervenções nos terminais, estações, e de segurança para a população. 

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