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História de Jaboatão em ruínas: casa-grande do Engenho Duas Unas é destruída

Atualizado: 7 de mai.

A edificação não reisistiu por conta da construção de um supermercado na área

Com informações do Blog Jaboatão Redescoberto

Foto: James Davidson


Mais um capítulo da história de Jaboatão dos Guararapes foi destruída. A casa-grande do Engenho Duas Unas, em Jaboatão Centro, às margesn da Estrada da Luz, não resistiu por conta da construção de um supermercado na área. O fato foi lamentado pelo professor e escritor James Davidson. "Apesar de ter feito parte da história da literatura pernambucana, onde viveram os escritores Maximiano Accioly Campos, Renato Carneiro Campos e Flávio Campos, a fachada da secular casa-grande de engenho veio abaixo nos últimos dias. Mais um capítulo de perda do patrimônio histórico pernambucano e jaboatonense", escreveu nas redes sociais.


HISTÓRIA - O Engenho Duas Unas é o principal marco histórico da região. Sua denominação vem do Rio Duas Unas, que atravessa a localidade. O engenho chegou a funcionar como usina e, também, possuir até duas casas-grandes. Levantado no final do século XVIII, em terras separadas do Engenho Goiabeira, Duas Unas aparece nas referências ora como sítio, propriedade ou engenho, variando de acordo com a época.


Em meados do século XIX, pertencia a Amaro Pinheiro Bezerra da Palma que vendeu o engenho a João Hypólito de Meira Lima, em 13 de agosto de 1857. Em 1870 pertencia a João Theotônio da Cunha. No final do século XIX e início do século XX parte de suas terras é loteada, dando origem ao "arrabalde" de Duas Unas. Situado às margens da Estrada da Luz, foi o embrião do atual bairro de Santo Aleixo.


Nos idos de 1910, chegou a existir no local uma sementeira de eucaliptos, que eram vendidos para várias regiões do estado. A propriedade pertencia, entre 1920 e 1930, ao sr. Maximiamo Accioly Cavalcanti, casado com D. Leonita Rabelo Accioly Cavalcanti. Dos muitos membros dessa família surgiam os irmãos Flávio Campos e Maximiamo Accioly Campos, cronistas e escritores que teriam destaque na sociedade pernambucana em meados do século XX.


Da família Campos, Duas Unas passa para Francisco Fonseca Magalhães que transforma o engenho numa pequena usina. A "Engenhoca Duas Unas" era um meio-aparelho que, todavia, não sobreviveu muito tempo à concorrências das grandes usinas, passando depois a ser simples fornecedora de cana. O cultivo de cana-de-açúcar sobreviveu até meados da década de 1990. Posteriormente, as terras da propriedade passaram a ser loteadas, dando origem ao bairro de Duas Unas.

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