top of page

Dom Fernando acompanha drama dos ex-moradores do Conjunto Muribeca

“Nós estamos aqui em solidariedade às famílias que vivem esse drama”, disse dom Fernando



Da Assessoria de Imprensa Foto: Divulgação

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, foi na tarde desta quarta-feira (18/12) até Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, para conhecer a situação de ex-moradores do Conjunto Residencial Muribeca, que foi demolido. Os 60 blocos construídos foram condenados por problemas de infraestrutura. O pesadelo das rachaduras começou em 1995. O conjunto foi interditado em 2005 e as demolições começaram em 2015. Hoje, está tudo no chão. Alguns moradores recebem auxílio moradia de cerca de 900 reais, mas a Caixa Econômica Federal, responsável pela obra, e a Prefeitura de Jaboatão ainda não deram solução definitiva.


“Nós estamos aqui em solidariedade às famílias que vivem esse drama”, disse dom Fernando. “Como Igreja, não podemos deixar de trazer nosso apoio aos ex-moradores do Conjunto e ajudar na busca de soluções”, completou. O arcebispo conversou com líderes comunitários, ouviu antigos moradores e ligou para algumas autoridades, tentando alternativas para o sofrimento do povo. Mais de 2 mil famílias perderam seus apartamentos – algumas foram indenizadas e outras seguem com processos na justiça. As construções irregulares que existiam no conjunto (os famosos puxadinhos) também foram demolidas, mas os proprietários foram relocados para um residencial num bairro próximo.


O drama de quem tinha comércio na área, porém, continua. “Se era proibido ter comércio no conjunto, se a construção era irregular, por que a prefeitura concedeu alvará de funcionamento pra gente?”, perguntou indignada a ex-comerciante Lúcia, que pagava funcionários e impostos do estabelecimento. “Eu perdi minha casa, minha loja, meus amigos”, afirmou a antiga moradora.


Na capela de Santa Terezinha, localizada ao lado do terreno onde existiam os prédios, dom Fernando participou de uma reunião e foi informado de que as casas do entorno poderiam ser demolidas a qualquer momento, desalojando mais famílias. A escola do bairro já tombou e o posto de saúde está na lista das construções que virão abaixo. Em meio à comoção e revolta, durante a reunião chegou uma boa notícia: a juíza do processo na 5ª Vara da Justiça Federal, Nilcéa Maggi, determinou que as demolições fossem suspensas até a realização de uma audiência pública em 20 de janeiro do ano que vem. A novidade veio como um suspiro de esperança para quem vive angustiado com o futuro.



Dom Fernando vai acompanhar de perto o desfecho dessa história. Cobrando e discutindo, a Igreja quer de volta a dignidade e o direito do povo de Deus. Foram convocados a participar da audiência do dia 20 a Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Jaboatão, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União.


bottom of page