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Café Preto, Felipe Costta e Sam Silva estreiam lançamentos digitais do Selo Sesc PE

Iniciativa pretende valorizar as produções fonográficas independentes e estimular a cadeia produtiva da música

Foto: DIvulgação


Experimentações com tecno, trap, forró, jazz, dub reggae e jungle marcam os primeiros lançamentos do Selo Sesc Pernambuco, iniciativa que chega para estimular a cadeia produtiva da música. Sam Silva, Felipe Costta e o duo Café Preto estreiam a ação com os singles “Memórias e Adeus”, “Corre-Campo” e “Sentimento Adrenalina”, respectivamente.

 

O Selo chega às plataformas com a proposta de auxiliar na divulgação e rentabilidade de artistas de forma contínua, tendo como recorte o foco em produções menos trabalhadas pelos eixos comerciais. “Focados em impacto social, percebemos uma oportunidade de ajudar propostas artísticas menos difundidas, fortalecendo suas presenças no mercado fonográfico. O Selo Sesc Pernambuco surgiu para viabilizar esse propósito, orientando e colaborando com os artistas em todo o ciclo de lançamento digital de seus fonogramas”, explica Izaias Neto, coordenador de Economia Criativa no Sesc Pernambuco e um dos idealizadores do Selo.

 

O Selo atua em duas frentes: formação de público através da ampliação de repertório e incentivo do consumo que valorize a produção musical pernambucana e estímulo à cadeia produtiva local, garantindo o destaque de seus fazedores. “O mais importante para nós na relação que estamos estabelecendo com os artistas é viabilizar os projetos, garantindo que os profissionais envolvidos conheçam e se apropriem dos processos e etapas de produção e distribuição digital que, afinal de contas, dizem respeito às suas próprias carreiras”, explica Fernanda Pinheiro, técnica de música e responsável do Selo Sesc Pernambuco.

 

Sam Silva

Natural de Goiana, Sam Silva gosta de experimentar um pouco de tudo, e traz isso no single “Memórias e Adeus”. O lançamento é fruto da recente curiosidade sobre o tecno e as possibilidades em torno de "como computadores fazem música", aliado a uma roupagem trapper, efeito da parceria com Const.  "Eu trabalho com várias coisas dentro da música, desde produção, mixagem, sound designer, trilhas para audiovisual. Mas não vivo somente da minha própria música", relata a artista independente sobre as dificuldades de entrar sozinha no mercado musical. “Receber esse convite do Selo Sesc Pernambuco me deu uma força para tentar quebrar essa corrente e fazer arte de forma sustentável à minha maneira. A arte precisa ser incentivada e não apenas para fins mercadológicos, mas para fins de existência como ser humano”, complementa Sam.

 

Felipe Costta

O imaginário do interior paraibano harmoniza com o jazz em "Corre-Campo", lançamento do sanfoneiro Felipe Costta. Marcada pelo compasso ímpar e maior presença dos tambores na bateria, o single instrumental revive memórias do roçado. "Lembrei de uma cena que eu vi quando voltava do roçado da minha avó, Dona Maria, e da minha Tia Lila. A cena era de uma Lagartixa fugindo de uma Cobra, na maior velocidade. Passaram na nossa frente num vapor danado", explica o sanfoneiro. A cobra é tradicionalmente conhecida por Corre-Campo, na região Nordeste, e foi esse sentimento de aventura em meio à vida natural que nomeou o single. Artista independente e empreendedor de si mesmo há quase 20 anos, Felipe defende que música não faz só. “A música pode nascer só de mim, mas a partir do momento que eu quero dar corpo a ela, dependo do companheirismo de outras pessoas, sejam músicos, técnicos, e espaços receptivos à ideia”, acrescenta o sanfoneiro sobre o lançamento em parceria com o Sesc.

 

Café Preto

Escrita durante uma viagem voltando da Serra da Barriga, Sentimento Adrenalina é uma produção inédita do duo Café Preto para o Selo Sesc PE. Revirando memórias das enchentes que afetaram Palmares em anos passados e mergulhando na ancestralidade que ali fez moradia, Cannibal e Pierre Leite passeiam por experimentações entre o Jungle e Dub Reggae. Frequentador do Sesc como espectador e artista, Cannibal reitera a importância de se repensar o mercado de arte. “O Brasil ainda é meio disperso na monetização da arte, seja na pintura, música, performance. Alguém está ganhando grana com essa arte, exceto quem realmente faz a cultura acontecer. Então, é muito importante que a gente possa contar com iniciativas tipo esse Selo, que coloca o artista em um lugar de protagonismo e nos dá mais segurança do retorno sobre o trabalho artístico”, defende o músico.

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