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Banhista morto em ataque de tubarão em Pernambuco é sepultado nesta segunda (12)

Marcelo Costa Santos fi mordido pelo animal no último sábado (10) na altura da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife





Jornal do Commercio

Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


Foi sepultado na manhã desta segunda-feira (12) o corpo do auxiliar de serviços gerais Marcelo Costa Santos, de 51 anos, que morreu após ter sido modido por um tubarão no sábado (10) na altura da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A cerimônia aconteceu no Cemitério da Várzea, no bairro de mesmo nome, na Zona Oeste da capital pernambucana.


O velório acontece mais cedo, por volta das 9h, em uma igreja evangélica próximo à casa da família da vítima, no bairo do Ibura, Zona Sul do Recife. Abalados, parentes não autorizaram que a imprensa acompanhasse a despedida, que aconteceu de portas fechadas.


O bispo Ailson José, autoridade da igreja onde Marcelo congregava, foi até a cerimônia confortar a família, e revelou estar chocado com o que aconteceu. "É muito chocante porque foi uma fatalidade. Com as informações que temos, ele estava jogando bola e foi apenas se lavar, estava com água abaixo da cintura".


O incidente aconteceu nas proximidades do posto 4 do Corpo de Bombeiros. O tubarão chegou a mputar a mão direita da vítima e a causar um ferimento profundo em sua coxa direita. Ao chegar no hospital, a vítima teria sofrida uma parada cardiorrespiratória e falecido.


O capitão do Corpo de Bombeiros Joel Fernandes, que participou do socorro, conta que a vítima estava em uma partida de futebol na faixa de areia junto a colegas do trabalho e entrou na água do mar para se limpar. Segundo ele, Marcelo não estava no fundo quando foi atacado.


"Eles estavam em uma confraternização, jogando futebol, e , depois, ele, sozinho, entrou no mar e ficou com a água da linha da cintura. Não estava fundo. Quando foi mordido, ele mesmo gritou informando que estava sofrendo um ataque de tubarão. Foi quando os salva-vidas do posto 10 desceram, o retiraram da água e fizeram um primeiro atendimento", relatou.


Ataques em Pernambuco


O Estado não registrou novos ataques de tubarão desde 2019. Mesmo assim, na última semana, o JC publicou uma reportagem alertando sobre o "perido constante" dos tubarões em Pernambuco. A Igrejinha de Piedade é o ponto considerado mais crítico de Pernambuco: de um total de 66 ataques oficialmente comutados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) do Estado, 12 aconteceram no local. Ainda há dois incidentes em Fernando de Norronha em análise pela instituição.


Segundo a especialista em tubarões, oceanóloga e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco Rosângela Lessa, existe uma "situação favorável" que explica a recorrência de ataques na região. "Ali há uma abertura nos arrecifes que faz com que as águas do raso e das áreas mais fundas se relacionem. Então, se o tubarão tiver por ali, vai ter acesso às areas mais rasas". Allém disso, há também o fato de haver uma aprofundação da costa no local.


Próximo ao local do incidente, há placas e bandeiras que indicam o prigo. Para Rosângela, a saída para evitar acidentes é a conscientização. "Esse não é um problema que é resolvido. Não tem como prever nem como garantir que s incidentes não ocorram mais nas áreas onde já recorreram. É um problemade educaçã, mais do que qualquer coisa, oprque as ecomendações não são seguidas. Acedito que não importa o quanto se faça de pesquisa, se os homens não se derem conta e sigam as instruções", alertou.


Segundo o Cemit, existem aproximadamente 110 placas destinadas à prevenção de incidentes com tubarão no Estado, que contêm informações sobre condutas a serem seguidas. Estão distribuídas ao longo de 33 km do litoral pernambucano, nas áreas consideradas de maior risco de incidente com tubarão.


Na Igrejinha, a última vítima foi José Ernesto Ferreira da Silva, de apenas 18 anos, em junho de 2018, ele teve parte da perna e da genitália arrancados em uma mordida de tubarão. Menos de 12h depois, jovem faleceu no Hospital da Restauração (HR), no Derby, área Central do Recife. No dia 15 de abril, no mesmo local, o potiguar Pablo Diego de Melo, de 30 anos, também foi atacado Este, por sua vez, teve mais sorte e sobreviveu. Ainda assim, Pablo Diego perdeu parte do braço direito e teve a perna direita amputada.


Antes do início da contabilização dos incidentes, houve outros casos de ataque no local. Em 1947, por exemplo, o padre Serafim de Oliveira morreu, aos 25 anos, após ser mordido por um tubarão também em frente à Igrejinha. Depois do acontecido, o local ficou conhecido como "Convento Maldito".


Histórico


De 1992 até 2019,, foram registrados 62 ataques na área do continente", sendo 27 no Recife, 23 em Jaboatão dos Guararapes, seis no Cabo de Santo Agostinho, quatro em Olinda, um em Paulista e outro em Goiana. Em Fernando de Noronha, quatro pessoas foram vítimas dos tubarões.


Desse total, 25 vítimas não resistiram aos ferimentos, e 41 sobreviveram - muitas sofreram amputações. Os pontos onde mais foram registrados incidentes no continente foram Igrejinha de Piedade (19,35%), n Praia de Piedade, e no Acaiaca (11,29%), na Praia de Boa Viagem. Em Fernando de Noronha, cada um dos quatro ataques aconteceu em localidades diferentes.




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