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Polícia e corregedoria da SDS investigam morte de adolescente em abordagem da PM em Jaboatão

Corregedoria-Geral da SDS, também por meio de nota, informou que vai apurar se houve "transgressão disciplinar dos servidores"




Do G1 PE

Foto: Reprodução/TV Globo



Polícia/Prazeres


A Polícia Civil e a Corregedoria-Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) estão investigando a morte do adolescente Jhonny Lucindo Ferreira, de 17 anos, ocorrida durante uma abordagem da Polícia Militar, em Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Segundo a polícia, o rapaz foi morto na quarta (5), durante uma ronda, quando voltava para casa em uma moto, com outro jovem.


Na nota enviada à imprensa, a Polícia Civil informou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) "já iniciou as investigações e colherá todos os elementos disponíveis, com seriedade, dedicação e técnica, para elucidar o fato e dar os devidos esclarecimentos à sociedade".


A Polícia Civil informou, por meio de nota, que o jovem "desobedeceu a uma ordem de parada" e que ele "estaria armado e tentou escapar da abordagem". Depois disso, disse a nota, ele "foi alvejado e socorrido pelos policiais". A mesma nota diz, posteriormente, que foi apreendido com o adolescente um "simulacro de arma de fogo".

A Corregedoria-Geral da SDS, também por meio de nota, informou que vai apurar se houve "transgressão disciplinar dos servidores".

Inicialmente, Jhonny foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sotave, de onde foi transferido para o Hospital da Restauração (HR), no Recife. No local, ele morreu.

De acordo com a vendedora ambulante Maria Solange Pereira, mãe do adolescente, o garoto não tinha envolvimento com atividades criminosas e que não estava armado.


Jhonny foi enterrado na quinta-feira (6), no Cemitério de Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. Depois disso, a mãe dele foi à Corregedoria da SDS para abrir um procedimento para investigar o caso. Segundo ela, familiares e vizinhos estão revoltados.

"Um rapaz do hospital disse até que o policial que assassinou meu filho foi ao Hospital da Restauração, perguntou por ele e pediu para ver o corpo. Íamos pegar as câmeras de um mercadinho próximo do local do crime, para utilizar como prova, mas depois que souberam da denúncia, retiraram. Tem muitas testemunhas disso", declarou a mãe do jovem.


Na nota enviada à imprensa, a Polícia Civil informou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) "já iniciou as investigações e colherá todos os elementos disponíveis, com seriedade, dedicação e técnica, para elucidar o fato e dar os devidos esclarecimentos à sociedade".

Gajop

O Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), organização da sociedade civil de Defesa dos Direitos Humanos e Centro de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes, divulgou uma nota manifestando "indignação e pesar" pela morte do adolescente Jhonny Lucindo Ferreira.


"Segundo parentes o adolescente voltava ao trabalho na oficina mecânica de seu avô, onde trabalhava como soldador. Ele havia pego carona de moto com um amigo, quando levou um tiro na cabeça por parte dos policiais, que deu fim à vida de mais um adolescente negro e periférico no nosso país. A morte violenta de um adolescente não pode passar despercebida pela sociedade e suas instituições", disse a nota.


O Gajop disse, ainda, que "se faz necessário um conjunto articulado de ações, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, além de uma investigação criteriosa por parte do poder público para elucidação do que de fato ocorreu durante essa abordagem policial. A morte do adolescente Jhonny, de 17 anos, não foi um ponto fora da curva", afirmou a entidade.


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