A Polícia alegou que a operação foi dentro do planejado, sem maiores confrontos. Alguns moradores, contudo, afirmaram que houve resistência e acusam a polícia de "truculenta"
Do Diario de Pernambuco
Foto: Rafael Vieira/Esp. DP Foto
O governo do estado e a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, com o apoio de 350 policiais e técnicos do município, realizaram, na manhã desta terça-feira (5), uma operação de reintegração de posse de um conjunto de prédios que havia sido invadido por um movimento sem-teto este ano, mas que está interditado desde 2016, por risco de desabamento. Ao todo, cerca de 200 ocupantes tiveram de deixar o local.
A operação para desocupação mobilizou um grande efetivo de agentes públicos e forças de segurança. Policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHoque), do 6º BPM, da Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas (CIPMoto), além de integrantes do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Civil de Pernambuco, oficiais de justiça e funcionários da prefeitura.
A Polícia alegou que a operação foi dentro do planejado, sem maiores confrontos. Alguns moradores, contudo, afirmaram que houve resistência e acusam a polícia de "truculenta". De fato, bombas de efeito moral foram ouvidas no local.
"Eles chegaram por volta das 5h, já de forma truculenta, dizendo que a gente tinha que desocupar o local. Dissemos que para desocupar o local a Defesa Civil tinha de produzir um novo laudo e realocar as famílias para outros locais, mas eles disseram que a relocação dessas famílias não era com eles", disse Victor Henrique da Silva Ferreira, um dos ocupantes.
Um dos líderes do movimento foi preso por desacato. "Ela era uma liderança negativa, que estava tentando obstruir o trabalho da reintegração de posse. Depois da detenção, os ânimos se acalmaram", relatou o tenente-coronel Washington Sousa, comandante do Batalhão de Choque.
Por nota, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes informou que a desocupação aconteceu por "por ordem judicial em ação movida pela empresa seguradora dos imóveis". "A Prefeitura do Jaboatão foi acionada para prestar apoio logístico e fazer um cadastro social para identificar quais famílias são do município e se estão enquadradas nos critérios estabelecidos por Lei para serem incluídas em programas habitacionais do Governo do Estado e do Governo Federal. Além disso, a Prefeitura disponibilizou transporte para levar os pertences para os endereços indicados pelos integrantes do movimento e colocou à disposição um abrigo para acolher as famílias", diz o comunicado.
A maioria foi para casa de parentes. Apenas duas famílias fizeram o cadastro para seguirem aos locais oferecidos pela Prefeitura.
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