Percentual de famílias endividadas atingiu 79,2%, ante 79,3% do mês de fevereiro de 2021. Apesar da pequena queda, o nível de endividamento ainda se mostra bastante elevado
Da Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
O percentual de endividados, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) pernambucano, apresentou queda após duas altas consecutivas em março. Mas, desta vez, com uma intensidade extremamente modesta variando apenas 0,1%, cenário que ainda apresenta os reflexos das dificuldades esperadas para o início deste ano.
O número de famílias endividadas atingiu 79,2%, ante 79,3% do mês de fevereiro de 2021. Apesar da pequena queda, o nível de endividamento ainda se mostra bastante elevado, implicando em questões negativas para o comércio e serviços, como orçamentos mais restritos e possibilidade de consumo inferior ao trimestre imediatamente anterior.
O número de famílias endividadas atingiu 79,2%, ante 79,3% do mês de fevereiro de 2021. Apesar da pequena queda, o nível de endividamento ainda se mostra bastante elevado, implicando em questões negativas para o comércio e serviços, como orçamentos mais restritos e possibilidade de consumo inferior ao trimestre imediatamente anterior.
A conjuntura crítica de dívidas continua sendo puxada pela injeção do auxílio emergencial, pagamento do 13º salário e geração de empregos temporários que conseguiram elevar o poder de consumo das famílias no final de 2020.
Além disso, os números confirmam um início de ano bem restrito para as famílias, visto que a renda média continua em movimento de queda devido ao alto desemprego e pela demora do retorno dos programas emergenciais. Além disso, outras questões acabam limitando o orçamento familiar, como a inflação dos alimentos, que ainda pressiona itens de consumo diário e essencial. Vale destacar que este nível de endividamento é o maior entre os meses de março desde 2011, quando o percentual de endividados atingiu o impressionante número de 81,4% das famílias.
O primeiro trimestre do ano encerra conforme o esperado, muito impactado por restrições orçamentárias devido ao movimento de queda no rendimento. Vale destacar que programas de distribuição de renda, como a do auxílio emergencial, que estavam disponíveis para parte da população e que contribuíram de maneira significativa para a manutenção do consumo, foram encerrados em dezembro de 2020 e apesar de já ter sido aprovado ainda não iniciaram o calendário de pagamentos aos beneficiados.
A retirada desses recursos do orçamento dos mais vulneráveis e da população na informalidade acaba incentivando o uso de financiamento para manter o padrão de consumo adquirido nos meses da pandemia. Além disso, parte das famílias que receberam o auxílio já comprou à prazo e agora, com o fim do programa, o endividamento pode ser levado para níveis mais críticos. Em relação ao auxílio também o valor é bem inferior ao disponibilizado no ano passado, o que limita o impacto positivo da distribuição dos valores para as famílias e para os setores produtivos.
Em números, o percentual de 79,2% equivale a 408.791 famílias endividadas, queda de 408 lares em um mês. Já em relação ao mesmo período de 2020 houve uma alta de 38.726 famílias, reflexo, mais uma vez, de uma conjuntura econômica mais crítica que no mesmo período do ano anterior, incentivando um maior consumo financiado devido à redução da renda média das famílias.
As famílias que possuem contas em atraso atingiram os 28,8%, redução em relação a fevereiro de 2021 e a março do ano anterior, que registraram percentuais de 29,8% e 31,0%, respectivamente. O movimento é positivo e não era esperado, pois o cenário econômico crítico contribui para que o percentual de famílias nesta situação continue a apresentar deterioração, o que não ocorreu em março. Este movimento pode ser uma antecipação das famílias em relação à expectativa de uma piora na economia, com um movimento mais conservador em relação à parte do consumo e focando em pagamento de dívidas.
Já a parcela da população com situação mais crítica, que é aquela que informa não ter mais condições de pagar suas dívidas, mostrou percentual de 11,6%, o que corresponde a 60.047 mil famílias inadimplentes. Vale destacar que este tipo de endividado vem se comportando de maneira bastante positiva em março. Este grupo apresentou queda após o segundo crescimento em fevereiro, com queda mensal de 5.293 lares. Já na comparação anual, o percentual de famílias inadimplentes mostrou alta de 10.745 lares.
Quando se analisa o resultado por tipo de dívida, verifica-se que o tipo mais apontado continua sendo o cartão de crédito, atingindo 94,9%, apresentando alta quando comparado a fevereiro – percentual era de 94% -, seguido pelo endividamento com carnês, que representa 20,2%, ante 20,1% do mês anterior, o que continua refletindo as dificuldades para acesso a crédito mais barato. A maioria das famílias endividadas (57,4%) informa também que as dívidas comprometem entre 11% e 50% da renda, o comprometimento médio em janeiro de 2021 atingiu 28,7% da renda.
Para o mês de abril, espera-se uma continuidade da estabilidade do endividamento em patamar próximo a 80%, mesmo com o mês possibilitando menores restrições com o início do pagamento do novo auxílio emergencial, além da geração de emprego formal positiva em janeiro e fevereiro de 2021 no estado.
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