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Organização da 1ª Marcha da Maconha de Jaboatão é alvo de ataques por bolsonarista

Os organizadores oficiaram sobre o evento no MP e aguardam uma resposta com o número do protocolo do ofício

Do Diario de Pernambuco

Foto: Marcelo Camargo/ABr


Os organizadores da 1ª Marcha da Maconha de Jaboatão dos Guararapes, promovida pela ONG Arco, vem sendo alvo de ataques nas redes sociais por um grupo extremista. O evento ocorrerá no dia 28 de maio, em Jaboatão Centro, com objetivo de debater sobre uma nova política de drogas e pontuar os males que a proibição causa na cidade.


A produção do evento teme a segurança de seus integrantes e busca levar a público os insultos. De acordo o psicólogo e presidente da ONG Arco, Carlos Santos, esta estratégia já é bem conhecida, onde se é utilizado “da moral e dos bons costumes" para criar pânico moral e criminalizar a nós e a nosso movimento.

“Não recuaremos. Lutar por direitos também é direito! E seguiremos firmes na luta contra a cegueira e violência causada pela proibição. A Marcha da Maconha é muito mais que uma manifestação para fazer uso, não é só pra fumar um, como diz o tema da nossa primeira marcha. Estamos indo para as ruas com o objetivo de chamar atenção para a falta de acesso à medicamentos à base de maconha, contra o encarceramento e extermínio em massa da população negra e periférica, contra a criminalização das pessoas que usam drogas e contra todo mal causado pela Guerra às Drogas. Queremos deixar claro que a Guerra às Drogas é, antes de mais nada, uma Guerra Racial, de Gênero e de Classe”, ressaltou o presidente da ONG.


A página “Direita Jaboatão”, no Instagram, tem produzido conteúdo com o intuito mobilizar seu público para retirar do ar a conta da “Marcha da Maconha de Jaboatão” na mesma rede social. Após o material divulgado pelo na página de direita, os seguidores têm deixado comentários bastante ofensivos e além de denunciado as postagens da conta da Marcha da Maconha. Diante das falas de ódio sobre ato e os seus organizadores e das denúncias falsas na rede social, o movimento vem sofrendo punição pelo Instagram. “Se utilizando mais uma vez da retórica da moralidade, trata o nosso movimento e a nós mesmos, como criminosos. nosso único crime é lutar pelo direito das pessoas!”, destaca o organizador do evento, Luan Costa.


“Em decisão unânime (8 votos), o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a realização dos eventos chamados marcha da maconha, que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Para os ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas. Muitos ressaltaram que a liberdade de expressão e de manifestação somente pode ser proibida quando for dirigida a incitar ou provocar ações ilegais e iminentes”, relembrou a organização do movimento sobre a liberação do STF para manifestações da marcha da maconha, há mais de uma década.

Ao procurar a Justiça para abrir uma ocorrência sobre os ataques realizados nas redes sociais, a organização do movimento foi informada, que a prática não configura crime de forma direta. Os advogados da ONG orientaram protocolar e oficiar no Ministério Público sobre o ato para garantir a sua realização. Os organizadores oficiaram sobre o evento no MP e aguardam uma resposta com o número do protocolo do ofício.


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