Na última segunda (24), cerca de 200 famílias ocuparam o prédio que está abandonado há 14 anos
Foto: Reprodução/TV Jornal
Na tarde desta quinta-feira (27/07) o Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT) divulgou laudo de engenharia que constata que, apesar das reformas necessárias devido ao longo tempo desocupado, o Edifício Vila do Mar, situado em Piedade, não apresenta risco de desabamento, como havia informado a Defesa Civil de Jaboatão. O laudo é assinado pelo engenheiro Nilton Lins Rodovalho e foi registrado no CREA- PE. Na última segunda (24), cerca de 200 famílias ocuparam o prédio que está abandonado há 14 anos.
Segundo o documento, o edifício apresenta anomalias regulares a exemplo do mofo e ferrugem nas grades, no entanto, não se configura a necessidade de manutenção geral de todos os blocos. “Não possuindo anomalias significativas (situação de necessidade de manutenção total dos blocos) e sujeito aos reparos, quando necessário nas trincas, fissuras e oxidações de ferragens do concreto armado da edificação). Retirada de vazamentos e infiltrações, impermeabilização das calhas, lajes, rufos e reservatórios, manutenção das instalações elétricas e hidrosanitárias, recuperação e ordenação da coberta, reboco nas alvenarias de embasamento em tijolos cerâmicos nos locais que se encontram sem proteção”, diz o laudo.
Segundo Davi Lira, o edifício é habitável, precisando apenas dos reparos que podem ser feitos se tiver vontade política. “Não somos irresponsáveis, como a Prefeitura de Jaboatão diz. São irmãos e irmãs, que estavam em uma situação precária, vivendo de forma indigna, olhando um edifício se acabando, podendo se tornar num lar. Ocupamos, contratamos o laudo e, ao contrário do que diz a Defesa Civil do município, não há risco de desabamento, bastando apenas uma reforma que poderia ter sido executada antes mas falta vontade política para mudar a vida das pessoas e garantir o direito à habitação”, salientou.
“Vamos continuar firmes e fortes nessa luta para garantir moradia digna para nossa população. Ocupamos esse edifício porque entendemos que não é justo um prédio com 38 anos de construção ficar desocupado, se acabando com o tempo, podendo ser utilizado por famílias para viverem melhor..”
A ocupação recebe o nome “Jardim Monte Verde” em homenagem aos moradores de Monte Verde que no ano passado perderam a vida em um desabamento, “provocado pela forma desumana que as pessoas são levadas a viverem por falta de políticas públicas de inclusão social e moradia digna”, finalizou Davi Lira, diretor do MLTT.
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