Há um ano e dois meses, o Campo do Floriano, no bairro de mesmo nome, é o local onde as mais de 200 crianças e adolescentes dão seus primeiros passos no futebol, desde os sete anos de idade até a categoria Sub-20
Do Diario de Pernambuco
Foto: Francisco Silva
Para muitos jogadores de futebol, a aposentadoria pode significar o fim de um trabalho de uma vida inteira. Para outros, pode ser o início de uma jornada totalmente nova, com outras oportunidades de seguir impactando, de alguma forma, a vida das pessoas. E foi assim que pensou Ademar ao criar o Instituto Ademar Junior, e vem transformando a realidade da comunidade que cresceu, em Jaboatão dos Guararapes, através do futebol.
Há um ano e dois meses, o Campo do Floriano, no bairro de mesmo nome, é o local onde as mais de 200 crianças e adolescentes dão seus primeiros passos no futebol, desde os sete anos de idade até a categoria Sub-20. O idealizador do projeto, além de passar a experiência de mais de 18 anos de carreira de futebol profissional, entre times de todo o Brasil e com experiência de jogar na Europa, tenta passar um pouco do que viveu dentro das quatro linhas para os atendidos dos instituto, que vem enchendo um espaço que antigamente era ponto de drogas na comunidade.
“A gente começou aqui com oito crianças, que acreditaram na gente desde o início. Tinha até sofá aqui no campo. Aos poucos, foram entendendo que o que a gente tava fazendo era sério”, falou Ademar, que também conta com o apoio dos familiares dos atletas para fazer o projeto acontecer, desde a presença das mães nos treinos e coletivos até ajudando nas tarefas do instituto.
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MULHERES NO COMANDO
O instituto conta com a presença imprescindível de mulheres na sua organização. A começar pela esposa de Ademar, Alessandra Pires, que coordena todo o marketing da organização e capta recursos e doações para os jovens continuarem no projeto. Além dela, existe a presença de duas mães de atletas, que acabaram envolvendo-se demais e ganhando apitos e uniformes: Juliana e Sandra.
Juliana é a gerente de futebol do Instituto e conhece Ademar desde a infância. Decidiu chegar junto do projeto por conta do sonho do filho em ser jogador de futebol. No entanto, pela proximidade com o idealizador e por enxergar potencial no instituto, acabou se envolvendo ainda mais, e hoje é peça fundamental para que as atividades aconteçam no dia-a-dia. Sandra seguiu pelo mesmo caminho, conhecendo o projeto levando o filho para jogar bola. Hoje, é coordenadora de futebol. O envolvimento é tanto que até na sua casa tem vestígios do projeto. Ela quem lava os coletes e uniformes de jogo dos atletas.
“Eu tenho passado para não só para os meninos, mas também para a comunidade, que tem espaço para todos. A gente vê hoje no futebol árbitras, bandeirinhas, não só as nutricionistas nos clubes, mas também massagistas temos médicas, né? Gente da comissão técnica. e aqui o trabalho tem sido aberto para o público feminino, elas tem me ajudado muito. São meus braços aqui”, pontuou Ademar.
O envolvimento com a comunidade em volta fez com que Ademar tivesse atento às necessidades do bairro. Com isso, ele abriu uma exceção: criou uma categoria, o sub-20, para englobar outros atletas que ainda têm o sonho de se profissionalizarem e já passaram da maior idade, o que dificulta ainda mais a entrada nos clubes. “A gente percebeu que além de alimentar os sonhos deles, ainda conseguimos afastar da criminalidade, ensinando um esporte que pode mudar a realidade deles, assim como mudou a minha”, conta.
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