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Buracos dificultam circulação na Estrada de Curcurana

A buraqueira tomou conta de alguns trechos do percurso, dificultando o fluxo de carros, motos e ônibus





Da Folha de Pernambuco

Foto: Arthur de Souza / Folha de Pernambuco


Congestionamento, desordem, poeira. Condições que estão longe de garantir a boa circulação em uma via. Não precisa ir muito longe para presenciar algo assim. Esta se tornou a realidade da Estrada de Curcurana, que liga Jaboatão dos Guararapes ao Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. A buraqueira tomou conta de alguns trechos do percurso, dificultando o fluxo de carros, motos e ônibus do sistema de transporte público de passageiros. Ciclistas e pedestres, que são os mais vulneráveis no trânsito, também são prejudicados.

Moradores da região contam que a situação se agravou após o período de chuvas. "Antes se formava um rio com a água da chuva. Agora fica essa nuvem de terra o dia inteiro", disse o comerciante Valter Ilton, 58 anos. Ele tinha um estabelecimento que vendia rações, mas devido a poeira que invadia o local o ponto de vendas passou a ser alvo constante de fiscalização dos órgãos municipais. "Como a gente não sabe quando a situação da pista vai mudar, há dois meses achei melhor transferir meu comércio para outro endereço, longe desse caos", disse.


Quem não pode contar com essa opção acaba se virando das mais diversas formas, como é o caso do comerciante Bartolomeu do Rego Alves, 60. Há 18 anos ele tem uma loja onde atualmente vende peças de bicicletas. "Há vários meses estamos sofrendo com esse problema. Funcionários da prefeitura chegam aqui colocam areia, metralha e vão embora, mas não resolve a questão. Minhas vendas já caíram cerca de 50%, pois os motoristas não têm como parar o carro e comprar algo", reclama.

O líder de produção Maurício Moca, 46, mora desde 2011 em Curcurana e reclama do tempo que perde para sair ou chegar em casa, devido aos engarrafamentos na estrada. Ele conta que algumas peças do carro já quebraram por conta dos buracos. "Trabalhamos tanto e fazemos o maior sacrifício para comprar um veículo, para ver ele se deteriorando rapidamente devido ao descaso do poder público", comenta. Devido as aberturas na pista alguns motoristas se arriscam e pegam a contramão, aumentando o risco de colisões.

Acidentes com motos e bicicletas são constantes na estrada, que tem aproximadamente três quilômetros de extensão. Para escapar dessa fatalidade, o operador administrativo Eduardo Roberto, 32, redobra a atenção. Diariamente, ele usa a bicicleta para ir ao trabalho, além de levar e pegar os filhos na escola. "Pela manhã é o pior horário. Às vezes tenho que subir na calçada e esperar os carros passarem para não acontecer o pior", disse, acrescentando que a mulher dele quase foi atropelada há algumas semanas enquanto seguia para casa de bike.

A situação da via tem preocupado empresas de ônibus que atendem a localidade. O gerente de manutenção da São Judas Tadeu, Allan Kleber, conta que tem se tornado comum as viagens dos coletivos atrasarem devido aos congestionamentos causados pelos buracos. Além disso, tem aumentado os gastos com manutenção dos veículos. "Apenas com suspensão o aumento chega a quase 50%, pois antes girava em cerca de R$ 14 mil por mês e subiu para R$ 24 mil. Com os pneus essa alta chega a 10%", disse.

Em nota, a Secretaria Executiva de Serviços Urbanos e Defesa Civil de Jaboatão informou que a Estrada de Curcurana, atualmente, passa por obras de implantação de nova rede de drenagem. "A partir do próximo mês de janeiro, a via será contemplada com serviços de pavimentação asfáltica", disse o órgão. Contudo, não foram informados os valores das obras, nem os prazos de conclusões.


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